quarta-feira, 30 de maio de 2012

Numa noite qualquer

Era um lindo anoitecer, desses que vagarosamente vêm e nos deixam com a sensibilidade aguçada, nos levando a sentir mais falta de algo do que no normal dos dias. Era incrível naquele instante como tudo que havia ficado para trás de repente se tornava tão real em suas lembranças como se nunca tivesse existido um adeus...

A saudade ainda estava ali, com um ímpeto de dor. Aquela cicatriz que outrora havia julgado ser sinal da pele morta e indolor agora fumegava como se seu coração estivesse em chamas. Olhando para a lua e a única estrela que havia surgido naquele nostálgico anoitecer de outono, ele se perguntava aonde estaria ela.

Queria ligar, queria ver, queria mais uma vez tocar e dizer o quanto sentiu a tua falta. Queria quebrar aquele silêncio que havia se formado, apagar aquele abismo que havia os separado. Ainda pensava nela. Ainda sentia tua falta.

Aos poucos se envolvia mais uma vez na calmaria da noite, e reassumia o controle, deixando abrandar seus impulsos. Tudo aquilo ainda estava vivo dentro de si, mas precisava aprender a deixar morrer. E a deixar dissipar aquelas lembranças que eram como quadros de sua história, mas deveriam estar empilhados no quarto dos fundos, e não nas paredes da sala principal de sua vida.
 

WLucas.

Um comentário:

  1. Escreves muito bem Wagner. Gostei de muitas coisas que li. Parabéns e deves continuas a escrever. Sou amigo do André Feson no Facebook.
    Paz e bençãos.
    André Carvalho

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