domingo, 28 de novembro de 2010

A liberdade de não ter medo de viver. .

Vamos, decida-se que a vida não espera.
Pense, analise, amadureça, vá! 
Não é agir com precipitação,
mas com coragem para a transformação.
Tome fôlego, respire, não foque na dor da separação.
Vamos que a hora é agora. Eis que todas as coisas se fazem novas.
Será bom pra você. Precisas de coragem, ampliar a visão,
embarcar em uma viagem rumo à salvação.
Olhe pra frente, se olhar pra trás que seja para dimensionar
sua ousadia e sede pela vida, ou somente para apreciar o sol que
se põe. Prossiga! Esse é o caminho e não há o que fazer.
Decida-se, entregue-se, arrisque, parta, se lance!
A porta esteve sempre aberta mas você optava pela prisão.
Enfim chegou a hora de mudar! Rever, querer, tentar, arriscar!
Lance-se e sinta a brisa da vida que lhe toca a face. 
Sinta o sabor da liberdade que sua alma invade e te deixa leve,
sem o peso de existir. Sinta agora como se estivesse
em um carro, descendo a serra do mar, vidros abertos, 
música alta tocando, um sol radiante, um céu azul. Essa
é a vida e esse é você, se libertando das prisões que seu coração
vivia a te colocar. Pra que se enganar? Até quando se enganar?
Por que sofrer pelo que não vale a pena? Pra que chorar se nada é pra sempre?
Pra que se focar no que não tem futuro? O futuro, o amanhã, depende do
hoje bem vivido. Depende de seu coração livre, decidido, liberto!
Um coração que aprendeu vivendo e que agora só quer ser livre,
voar sem medo, sem malandragens... Seja você! Seja puro! Não aliene
sua força e sensibilidade única! Você só tem uma vida e nela
uma única oportunidade para viver e ser feliz! Isso importa!
Se te julgarem louco, inconsequente por isso, sorria! Você está no caminho certo!
Afinal a tal felicidade vem para os que não tem medo de riscos, para os que não tem medo da vida! Viva! O mundo 
precisa de tua luz! Mostre sua cara. Transforme-se abandonando o 
drama e se entregando para alcançar seu real e verdadeiro potencial.
Libere essa essência fantástica que encantará todo o caminho que trilhares. 
Tudo irá mudar. E isso só depende de sua vontade, coragem e disposição!
Acredite em si! Sorria e prossiga!
A hora de mudar é agora.
O tempo para ser feliz é hoje! 
Vamos!
A vida espera por você!


Super abraço, 
Lucas. *.*

sábado, 27 de novembro de 2010

Lutar por esse amor..

 
           A distância existe, a saudade aumenta e a alma chora. Chora não querendo chorar quando inevitavelmente lágrimas invadem este âmago imperfeito, fazendo exteriorizar o sinal de um corpo que pede a tua presença. Vem, volta. Seu lugar é certo e guardado neste coração que se faz teu lar. Preparo-me para te encontrar. Coração pulsa querendo você, querendo sentir o teu de perto... percebendo o quanto é real e que transcende todos os sonhos, se materializando, fazendo sorrisos bobos surgirem quando está perto.
         Hoje a tua ausência faz silêncio aqui e teu cheiro não existe mais. Entretanto há você, real, em cada pensamento. Lembro do seu sorriso bobo, da sua postura por vezes desajeitada por não saber agir. Teu cheiro inebriante, teu jeito, teu abraço. As lembranças cristalizaram minh'alma que sobrevive almejando que os segundos passem, que as circunstâncias mudem e que você chegue. Chegue porque quer chegar, após nossa luta para isso. Somos independentes de sentidos exteriores e a ligação que há entre nós nos move, fazendo com que busquemos o dia em que seremos um só, lutando e vivendo juntos cada sonho. E tantos são os sonhos que temos para viver. E hoje, eu, ansioso espero para começar a viver o resto da minha vida ao teu lado.
          Aprendo a esperar ou ao menos tento. Entendo nossa situação. Entendo-nos. E minh'alma clama pela tua, desejosa por um encontro triunfal, possibilitando que encontre paz e sublime conforto, a partir do encaixe perfeito que só se pode ter contigo.
         As lembranças insistem e dá saudade do seu sorriso bobo e do seu beijo louco que me prende em você e me faz perder a noção do tempo, esquecendo-me da vida lá fora. Hoje meu corpo ardente te chama para amenizar a paixão que em febre o consome e o põe em chamas. Quero viver nosso louco amor. Quero me consumir em você. Perder-me nos seus braços e não mais me encontrar.
        Por mais que em tempos hodiernos estamos impossibilitados de viver essa sincera sensação, eu acredito no sol que brilha depois da tempestade. O teu coração te mostrará a direção. Ele irá te orientar até o local em que você deve estar, pra sempre. Vejo agora o calendário em suas mãos, um mapa e todo seu desejo de não medirmos esforços para sermos felizes. Não deixemos que a realidade nos impossibilite de sermos completos, inteiros... Não sejamos alérgicos às oportunidades divinas de um amor verdadeiro. É raro sentir algo assim, desta forma, lutemos por isso...
        Pode ser que a realidade amarga tente corroer a essência dos sonhos, nos fazendo perder no vazio da solidão, querendo desistir do que sonhamos, propusemos, traçamos para alcançar. Mas lembre-se sempre que estou aqui, do meu lado fazendo a minha parte na construção do nosso castelo. Faço do meu jeito, de acordo com as minhas possibilidades e sei que você também está aí, enfrentando o que é preciso, fazendo o mesmo. 
        Hoje olho para o horizonte nublado, respiro fundo, sinto você e acredito na tua vinda. Acredito no sol que brilhará amanhã. Compreendo nossa luta de hoje, para sermos felizes amanhã. Mesmo na saudade imensa, eu prossigo aqui, com o pensamento em ti. Desejo luz e paz para o seu coração. Desejo paciência, sabedoria, discernimento. O amor de Deus nos guarda. E o meu amor te guarda para todo o sempre.




    

domingo, 31 de outubro de 2010

Libertando-se das molduras do mundo

     
       Tem dias em que não conseguimos segurar uma lágrima que insistentemente preenche nosso olhar. Sem motivos? Para o mundo talvez. Mundo que em sua constante insensatez não se importa nem minimamente com os detalhes que para os sonhadores que caminham vislumbrando seu submundo imaginário fazem toda diferença.
        Perdemo-nos no infinito de nossos pensamentos que se pudéssemos concretizá-los trariam mais luz e calor ao mundo sombrio e impregnado de ilusão, frio e insensato. Muitas vezes vilmente culpamos outrem pela mágoa em nós. Não percebemos que tornamo-nos imóveis e lamentadores, encontrando-nos inertes e desmotivados a lutar pelo que sonhamos e almejamos.
        Sobremaneira as circunstâncias coercitivamente atuam sobre nós, e acabamos tornando-nos escravos de toda carga pesada dos ideais e regras friamente elaboradas pela hipocrisia humana. Reprimimo-nos e maquiamos nossa essência, prosseguindo em constante medo de viver. Precisamos aprender a impôr o que queremos, sendo nossa cara e não a cara que os outros querem que tenhamos. Se nos entregarmos sempre mais às regras (e bobagens) alheias perderemos a pureza dos sonhos de outrora, e cairemos na atitude mecânica de sorrir apenas por aparência. Afinal... a quem queremos enganar?
       Acabo por achar engraçado a estranha atitude das pessoas de nos aprisionar em suas molduras perfeitas e nos colocar em sua estante ou cabeceira de cama. Conhecem nossa superficialidade, julgam-nos perfeitos e preparados para enfrentar todas as situações do mundo. Somos para eles retratos no melhor ângulo, expressando sempre o melhor sorriso. Irrepreensíveis e intactos. Denota-se que muitos armam seus esquemas quanto a nós e acham que sempre estaremos preparados para dizer sim ou agir conforme querem e esperam. Sempre estaremos dispostos a sorrir e somos imunes à tristeza e sofrimento.
       Muitas vezes não nos encontramos tão bem assim. E o indicado nessas situações é não carregarmos o fardo imposto. É ser essência sem ser máscara coercitiva posta pela vida. É reconhecer suas limitações, suas imperfeições, seus fracassos, dores e prosseguir tentando se reerguer nos momentos de ruína interna que o mundo se mostra indiferente. Por vezes encontramo-nos dessa forma mesmo, em ruínas interiormente, e necessitamos nos reconstruir silenciosamente. Nesses momentos que o mundo desconhece, precisamos acreditar que passamos por fases e de todas elas extraímos um aprendizado para a vida.
       Tudo pode mudar, mas para isso precisamos querer. Querer e transcender o simples desejo, exteriorizando nosso pensar em atitudes que irá nos impulsionar e enfim transformar de vez nossa realidade. Os primeiros passos são sempre os mais difíceis. Mesmo que façamos pouco devemos fazer algo. O que não podemos é ficar parados, cada vez mais à margem vendo nossa vida passar, permanecendo inertes a cada mudança de estação.
       Hoje, se tens vontade de chorar, chore! Mas acredite que amanhã o sol irá brilhar, cessando a escuridão da noite e dissipando a tempestade que hoje insiste em querer te submergir e afogar. Desta forma, uma mudança na sua vida só depende de você! Acredite e se lance sem medo de ser feliz...
Ame-se! Ame! Mude! Viva!


"Baby, you're a firework
Come on let your colors burst
Make ‘em go, "Aah, aah, aah"
you're gonna leave them falling down-own-own." (Firework - Perry).

Abraços,
WLucas.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Quando aprendi a liberdade do amor...

      O vazio passou, a indecisão se esvaiu, a escuridão foi rompida e uma clara luz invadiu meu ser. Meu coração cheio de medo e empedrado pelo sentimento um dia negado pode ganhar vida novamente. Toda angústia de viver em constante dúvida se foi e em meu interior não há lugar para tristeza com a tua certeza que me completa. A gratidão retorna à minh'alma, devolvendo a pureza e inocência de todos os sonhos que alimentei um dia...  
        Chorei, sofri, amei, caminhei sozinho por um longo tempo. Apesar do vazio e solidão na caminhada, não desisti e aprendi com isso. Respirei, pensei, acreditei e segui. Com o coração que muitas vezes parecia sangrar, maltratado pela ilusão, persisti e acreditei que poderia um dia enfim voar. Coração apertado, inconstante e descompassado então se aquietou. E hoje bate calmamente, de maneira leve e desprendida. Só quer bater por um motivo especial... E eu me coloco nas mãos de quem me trouxe à vida novamente.
      Após dolorosos passos na estrada, onde a sombra persistia e as flores insistiam em não desabrochar, eu cresci e hoje sou mais maduro, caminhando em uma temporada de vida em cores, vislumbrando as flores da primavera pós inverno. Ainda sinto-me com a insanidade, mas agora a de um sentimento verdadeiro e mais equilibrado, voando com os pés firmes no chão. Permito-me voar quando seguro em suas mãos e você me transmite a segurança que tanto necessito e sonhei. E nós voamos juntos, com os olhos enamorados.
       Encontrei, enfim todo carinho que sonhei e hoje a minha felicidade olha para a sua, ambas se completam e andam juntas. Sorrio suavemente ao olhar pra trás e perceber que valeu a pena acreditar e esperar. Soube esperar e encontrei a resposta, a luz personificada para meus dias escuros e sombrios... E que luz!! Compreendi os sinais e não tive medo de me entregar. Quando me desliguei da busca obsecada por sinais eles vieram até a mim. Quando parei de correr atrás das borboletas e cuidei do meu jardim, ela veio até mim.   
        Tão bom caminhar acompanhado e se sentir em liberdade. Aprendi que o amor verdadeiro não aprisiona. Ele te dá asas. É quando você não empedra o sentimento dentro de si, mas o oferece a alguém que realmente valha a pena. Como se você se doasse por inteiro,  se esvaziasse e ainda assim permanecesse cheio e cada vez mais completo. E nós nos completamos porque somos completos, somos inteiros... Somos você e eu, somos nós... Somos amor e eu amo muito você.

"Se fiquei esperando meu amor passar,
já me basta que então, eu não sabia amar...
e me via perdido e vivendo em erros,
sem querer me machucar de novo
por culpa do amor.
Mas você e eu podemos namorar.
E era simples: ficamos fortes.
Quando se aprende a amar
O mundo passa a ser seu ..
."
Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá


Beijos e abraços,
WLucas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Indubitável sinal em mim (?) ..

      Os sinais me confundem. Remetem-me ao paradoxo de existir ou ser e à contradição de ser ou deixar estar. Constantemente procuro sinais. Perco-me no tempo, reparo os ventos, distraio-me nos dias.
       Olho sutilmente para o céu querendo que fosse meu olhar distraído a captar algum sinal dos tempos, mas sorrio quando percebo que sou eu novamente buscando respostas, querendo coagir inutilmente o universo para responder o que há em mim. Querendo um sinal do que haverá para mim. Há sinais em músicas e letras que emergem uma mensagem em minh'alma? Podem os tempos demonstrar sinais para me alertar, motivar, mudar, mover?
       Ando pelas ruas buscando um olhar, um sinal que mudará algo em mim. Espero sinais que indiquem que alguém chegará. E que algo chegará. E que eu chegarei. Procuro sinais que me convertam à uma mudança repentina e real. Sinais que ajudem a analisar meus passos atrapalhados. Mas sinto que não posso mais ser refém dos sinais, entregando-me sempre mais aos dissabores que a dolorosa distância impregna em minha vivência, meu existir.
       Frustro-me pelos sinais do passado que demonstram o que foi tão real pra mim e ao mesmo tempo tão unilateral. E todos os sinais que foram mal interpretados. Ou que não quiseram ser vistos. Hoje, buscando alterar o foco da vida, tento com cautela encontrar sinais, para me lançar do cais sem olhar para trás. Há em mim um profundo desejo de desembarcar e me lançar rumo ao porto seguro que trará talvez a paz que amenizará toda essa tensão que me corrói por dentro.
      Almejo sinais que me impulsionem a tentar, a arriscar, partir, buscar e então encontrar. Sinais que anunciem perspectivas ou que apontem o caminho, a saída. Mas os sinais não vêm e destarte não me veem. Deixar-me-ei seguir, pondo-me a sorrir, pelo caminho que insiste em não florir? Estaria eu criando sinais e encaixando-os em lugares errados? Onde estarão os sinais? Os que vejo hoje são realmente autênticos sinais? Ou será que eles não existem e o simples fato de não existirem é um sinal?
       Estou farto de procurar e não encontrar.Ou talvez de ao extremo achar que tudo seja sinal. Ou ainda de ver os sinais e não percebê-los, como se pudesse vislumbrar e não interpretar. Onde estará, enfim, a hermenêutica salvadora que desvendará a mística que envolve o avesso das circunstâncias e detalhes, fazendo triunfar aos meus olhos a verdade procurada que me libertará?
       Talvez quando meus olhos não se preocuparem em vislumbrar sinais, e os meus sentidos de maneira solta se permitirem ser sem buscar é que os encontrarei. Encontrarei porque eles me encontrarão, enfim. Os arredios e fugazes sinais só se deixam ser notados quando não são obcecadamente procurados.
      Deixarei então os sinais dispersos. Ligar-me-ei ao inverso do reverso para me encontrar. Para que ao me encontrar os sinais me encontrem, me orientem, me lancem à plenitude dos seres, sendo sinal que sou eu. Dando o sinal do que há em mim. Talvez essa esperança que minh'alma agora alcança, seja o sinal de que o sinal está em mim. Que os sinais me encontrem, quando eu me encontrar, afinal.

Abraços,
WLucas.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Conflito incessante ..

     Encostado em sua janela o menino olhava a rua. Pelo menos isso era o que as pessoas que o viam pensavam. Contudo sua retina fatigada, não tão quanto a de Drummond, mas já cansada, se perdia para além das montanhas e nuvens. Sua imaginação voava para além dos pássaros. Transcendia todo o mundo físico e repousava em uma realidade distante e inexplicavelmente abstrata, mas que exercia uma força real e dolorosamente concreta em seu submundo. Indagava-se sobre qual seria o fundamento de tudo que vivia. Perguntava-se sobre o propósito da vida ao enviá-lo para aquele lugar. E muito mais que isso, partindo de suas indagações queria se desprender do que lhe impedia de voar. E ele acreditava que poderia voar, quando desse asas ao seus sonhos e precisava de coragem para isso.
      Seus olhos cheios de medo e dúvida se lançavam tentando imaginar o que haveria para ele nessa vida. Pensava no que haveria para si depois daquela montanha e céu nublado. O que haveria reservado naquele horizonte em que sua vista não podia alcançar. E se questionava sobre o que era necessário fazer. Analisava o que havia feito até ali e achava pouco.  Percebia que suas tentativas de mudança não eram suficientes para aproximá-lo da concretização de seus sonhos, sentindo que seus passos se perdiam na caminhada de busca de seus objetivos. Tentava vislumbrar o que haveria no fim daquele caminho que insistia em seguir, onde seus pés cansados seguiam de maneira privada e controladamente. Não conseguia imaginar para onde aquele caminho o levaria e fechava seus olhos, numa expressão de dor. Quem sabe ele até pudesse imaginar o fim daquele caminho e imaginar o entristecia, ao perceber enfim que não era o que sonhava para si.
       Carregava em si um conflito inevitável e uma alma que clamava transformação. Ele sabia da história de muitos que se arriscavam e conseguiam concretizar os sonhos. Enchia-se de vontade e coragem para tal risco necessário. Sabia que teria problemas, dificuldades, entretanto estava disposto a deixar toda segurança de seu mundo para trás na tentativa de crescer. Queria sair dali e lutar pelos sonhos mais lindos que alimentava desde a infância. Sabia das lágrimas que seriam derramadas fora dali no escuro de seu quarto à noite. E talvez tentasse mensurar quantos males lhe faria a solidão. Mas deveria arriscar...e estava disposto a isso. Mas irônica e dolorosamente os grilhões invisíveis e tão reais o prendiam e ele se via repentinamente sem forças.
       Então um súbito sinal surgia no céu naquele cenário nostálgico que seus olhos físicos apreciavam sem perceber e o trazia para ali. O sol apontava entre nuvens e fazia com que alguns raios iluminassem seu rosto já marcado. Ele suspirava fundo, de olhos fechados, sentindo o ar encher seus pulmões. Num momento em que se distraía de seus conflitos e anceios, sentia uma necessidade de viver mais concretamente também o nobre sentimento que tudo inspirava e transformava, a tão sonhada e buscada virtude... o tal amor. Ele que amava tanto o invisível almejava enfim amar o real. Sentia uma imensidão de sentimentos em si, sentimentos puros em seu coração, e tinha o desejo de exteriorizá-los. Contudo, quando tentava as oportunidades fugiam de seu alcance. Lembranças dolorosas e palavras mal ditas lhe invadia a memória e era difícil conter a dor do coração. Seu corpo doía. Suas forças desapareciam e uma lágrima dolorosamente silenciosa caía de seu triste e sincero olhar. Se pressionava contra a janela e perguntava a si mesmo se um dia enfim seria feliz. Será que um dia viveria o amor? Ele se sentia alérgico ao amor. Solitário e cheio de dúvidas disfarçava o choro olhando para as montanhas. Com tantos pensamentos, sua respiração tornava-se difícil. Seu coração disparava.
        Guardava sua dor em silêncio. Disfarçava um sorriso. Não queria chamar atenção de ninguém. Só silenciomente almejava uma oportunidade de vida. Uma oportunidade de amor. E ele sentia medo e frustração frente aquela confusão de sentimentos. Cheio de dúvidas fechava a janela, e antes de fechar as cortinas lançava um olhar esperançoso para o céu, desejando que aquela escuridão um dia pasasse. Vislumbrava o sol entre nuvens e os pássaros que voavam em liberdade sobre sua cabeça. Fechava então as cortinas e naquele momento a escuridão aumentava dentro de sua casa. Pensava com aquele fato que a luz que brilha lá fora não iluminaria sua casa se mantivesse as janelas e cortinas fechadas. O que haveria dentro de sua casa seria apenas escuridão, sendo que ironicamente a luz ainda existiria, irradiante em outro plano, iluminando aos que se permitiam ser iluminados verdadeiramente por ela. Entrentanto não iluminaria ali dentro. Pensativo caminhava lentamente para o seu quarto, tentando projetar em seus pensamentos uma abertura definitiva das janelas, portas e cortinas de sua alma para a vida. Abrir sua alma para a luz. Queria enfim amadurecer de verdade e deixar que a luz entrasse em seu ser, para que se tornasse real toda bagagem de sonhos que trouxera até ali.

Abraços,
WLucas.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Saudade que invade..


                         
Nesses dias estranhos a saudade enfim já não quer dissipar
entranhou-se em meu peito e agora insiste em me habitar
Tentativas frustrantes de esquecimento
fazem lembranças invadirem minh'alma num momento
Lembranças cada vez mais reais
que furtam minha paz
e retiram-me o ritmo da dança,
levando embora meu sorriso de esperança
Nessa vida fugaz como um respirar
não temos tempo para desperdiçar,
e eu não quero mais sofrer
recordando seu olhar que não quer me ver
Finjo a dor,
fujo para longe dessa situação
mas meu pensamento é perseguidor
remetem-me de novo à dor do coração
Não dá pra riscar da vida a essência dos sonhos de outrora
Findou o crepúsculo e a noite chegou, mas nada de vislumbrar a aurora
Já não sei como agir
triste sigo tentando sorrir
O caminhar pensa inutilmente que trilhas mudando
a minha alma refaz
mas sou só eu disfarçando e tentando
reencontrar a minha paz.

 
Abraços,
WLucas.

(Saudades de quem está longe, e meu coração teme o que não existe mais. 
E 'treme' por não mais poder existir).

sábado, 2 de outubro de 2010

Amor Estranho ..


Me desculpe, mas devo ir embora
Eu sabia que era uma mentira 
Quanto tempo perdido atrás de você
Que promete e nunca muda
Estranhos Amores que nos colocam em problemas
Mas na realidade somos nós.
   

E na espera de um telefonema
Brigando para que esteja livre
com o coração no estômago
e um nó na garganta
ali sozinho, dentro um arrepio,
mas porque ele não está.

E são estranhos amores que
nos fazem crescer e sorrir
entre lágrimas
Quantas páginas para escrever,
sonhos livres para dividir.

E são amores normais a esta idade
que se confundem dentro da alma
que se interroga sem se decidir
se é um amor para nós.
 
E quantas noites perdidas a chorar,
relendo aquelas cartas
que não consigo jogar fora
no labirinto da saudade
grandes amores que terminam
mas porque ficam no coração
 
Estranhos amores que vão e vem
nos pensamentos se escondem
histórias verdadeiras que nos pertencem
mas se perdem como nós.

Amores estranhos, frágeis
prisioneiros livres
amores estranhos que nos colocam em problemas
mas na realidade somos nós.

Amores estranhos, frágeis
prisioneiros livres
são amores estranhos que não sabem viver
e se perdem dentro de nós.
 
Me desculpe, mas devo ir embora
desta vez é uma promessa
porque eu quero um amor verdadeiro
sem você.

(Tradução de Strani Amori -
A. Valsíglio / R. Buti / Cheope M. Marati)
 
("Um coração tolo que insistia e tolamente insiste, em algo putativo" - WL). 

Abraços,
WLucas.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O teu silêncio que perturba o meu ..

 
Foi tão intenso o que senti por você que meus sonhos pareciam reais. Recordo-me de uma frase que escrevi numa das várias cartas que jamais serão enviadas e que ficaram perdidas no passado: "Você mora em meus sonhos agora e eu te quero de maneira real, pra sempre!".                  
      Como era bom sonhar contigo e acreditar na possibilidade de te ter um dia ao meu lado. Esse sonho me alimentava. E me fazia bem. Mas esquecendo-me de tentar equilibrar toda minha situação, todo sentimento que foi avassaladoramente tomando conta do meu ser, eu idealizei cenas de um filme de amor que não será lançado. E eu ainda acreditava em reedições, reprises, e até um making-of. Não obstante, tudo foi apenas um curta-metragem que ficou apenas em minha memória congestionadamente profunda e saudosa. 
     Eu te recriei em meus pensamentos e podia ali consumar todo desejo que minh'alma tinha da sua presença. Mas hoje tudo é vazio em mim e não consigo idealizar mais o plural. O que poderia sermos nós, hoje sou só eu tentando reconstruir todos os prédios que silenciosamente desabaram nas ruas do meu coração. Eu quis de volta a minha paz que você havia levado. E posteriormente quis o silêncio, pois sua voz ressoava cada vez mais forte em minha memória. Mas hoje é o teu silêncio que perturba o meu silêncio.
     Tudo se foi... como água corrente que tentei pegar com uma mão, nosso caso se esvaiu e não fui capaz de controlar. Nossas promessas se perderam, dispersas e não cumpridas, deixaram dor e vazio dentro do meu coração.
     Não consigo transmitir em palavras a intensidade dos sentimentos que carrego no peito. Tentei não transparecer, mas você era essencialmente especial em minha vida. Não consigo mensurar o meu sentimento por ti. Quando tento dizer, as palavras se perdem na imensidão do que há entranhado em minh'alma. Se perdem no infinito particular do meu coração. E saem dispersas, parecendo não ter nenhuma ligação. Perdem o sentido real e a intensidade com os quais habitam dentro de mim. Em meu coração se mostram com cores vibrantes, luminosas. Mas quando tento transmitir se submergem numa escala cinza e perdem todo brilho, saindo sem as cores originais que visceralmente habitam meu ser.
     Podes não compreender tudo que digo. Não quero cobrar seu entendimento. Não deveria nem escrever isto. Mas não posso me submergir nesse sentimento tão profundo que insistentemente ainda reside no âmago de meu ser. Algo que para mim foi concreto, mesmo em sua abstratividade. Preciso hoje escrever essa simples e pobre construção literária que tenta transmitir tolamente as verdades profundas de meu coração. Essas dispersas palavras que tentam formar frases que por si trazem em suas entrelinhas dor, saudade e uma nobre virtude que me faz viver. Fazê-lo-ei para tentar esquecer. Quero que saibas que estou bem. E desejo que também estejas.


Abraços,
WLucas.

ofunda e saudosa. 

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Quando a alma clama mudança ..

       Os dias passavam e estranhamente uma esperança de que algo aconteceria permanecia. Esperava uma mudança em sua vida. Seu coração se enchia diante das expectativas de algo melhor para si. Há muito esperava por uma nova oportunidade. Mas tinha medo da nova sensação que lhe invadia. Não queria ser inconsequente. Sabia enfim do que trazia dentro de si. E começava a aprender a rir de si mesmo e a dramatizar menos. Por vezes se repreendia ao julgar ser insanidade sentimental em um mundo tão racional.       
       Descobriu após relutar, se machucar e tentar fugir, que aquilo que sentia era puro e sincero. Não obstante, tinha medo de senti-lo. Se machucava ao perceber os sinais que insistiam em lhe enfrentar. Seu coração tolo teimava em bater comprimido. A insegurança lhe invadia. Sabia sonhar e sofria por ser incapaz  de transformar sonhos tão belos em uma realidade ainda melhor.
       Contudo, como sempre contara em sua vida com uma intuição que lhe movia, acreditava que podia  mudar e prosseguia. Sem olhar para trás, sonhava com tempos de paz. Sonhava com o impossível. Queria arriscar, agir por impulso conforme seu coração pedia tanto. Mas devia ter calma... Essa calma necessária na teoria. Mas como explicar isso na prática ao seu estúpido coração? Sentia momentaneamente um ódio de si por não ter o controle de seus sentimentos. Sabia que tinha que equilibrar, mas não conseguia. Sentia claramente em si uma tolice por querer controlar o incontrolável em suas entranhas. Era uma tentativa frustrante.
       Sentia uma limitação em si, como a de uma inocente criança olhando fixamente para o céu, através da janela de sua casa, tentando parar a tempestade que avassaladoramente caía lá fora. Queria parar a chuva para poder brincar lá fora. Tinha medo de sair e se molhar. Criança que já se via inconstante dentro de sua casa, limitada em seus atos para não quebrar as coisas que ali haviam de maneira tão organizada. Não brincava em liberdade total para não quebrar a antiga moldura de cristal. Dentro de casa, olhando para a chuva que caía, em segurança estava. Mas absolutamente seca e infeliz se encontrava. Queria então sair, mas com temor permanecia inerte frente a chuva lá fora, cheia do medo que aprisionava. Como era frustrante àquela criança querer ainda cessar a chuva que não iria parar simplesmente porque ela almejava.
       Assim se sentia, como essa criança que metaforicamente ilustrava a história de sua vida. Mas eis que vivendo a vida, pode perceber a libertação dessa criança, que também fizera uma óbvia e sensacional descoberta partindo de uma esperança que intrinsecamente lhe acompanhava no recôndito de seu ser. Conseguira enfim enxergar que não precisava controlar a tempestade e nem tinha necessidade de privar-se e permanecer intocável na segurança de casa. Fizera a emocionante descoberta de viver no incontrolável.          
       Podia se aventurar livremente na chuva e descobrir a emocionante experiência de deixar seus pés empoeirados pular nas poças...
Podia e deveria se arriscar se quisesse ser feliz. E fazê-lo sem se preocupar com as roupas molhadas que literalmente o tempo cuidava de secar. A chuva não caía só sobre si. Feliz por perceber e administrar isso podia enfim continuar. Assim, livre de todas as amarras que carregara há tempos, reparava em si
a felicidade solta. E suspirando profundamente via através das janelas de sua casa que deixara
pra trás os vasos, vidraças e a antiga moldura de cristal que ainda estavam lá em segurança, todavia inertes. E como adorava agora o risco de estar em movimento! Molhado, ensopado, encharcado talvez. Entretanto movimentando-se, aprendendo e crescendo com as tempestades e poças d'água da vida.
"C'est la vie..."

Forte abraço,
WLucas.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Estória de uma dor infinda ..

A menina solitária sofria calada.
Enquanto o mundo girava e o tempo passava, com uma dor silenciosa
que consumia seu peito ela sorria para enganar o sofrimento.
Ela que julgava gozar de liberdade agora se via presa a uma dúvida.
Não sabia agir prudentemente. Não conseguia agir conforme seu coração pedia.
E sofria com toda aquela situação que angustiava seu inocente coração.
E quando ela por minutos não conseguia disfarçar a dor e seus olhos, os espelhos
de sua alma tão fragilizada demonstravam que ela não estava bem,
todos indagavam e apontavam a ausência de motivos para
ela se entristecer. Ela assentia com um sorriso, tentando demonstrar que todos
tinham razão, menos ela. E assim aguentava a dor calada.
Em seu interior lágrimas de sangue eram derramadas.
Sentia um súbito frio e engolia seco seu pranto por não saber quem era.
Segurava sua dor visceral para não transparecer egoísta ou dramática.
Não queria atenção para si. Queria sumir daquele lugar.
Queria ser esquecida. Queria fugir daquela imagem e formato que haviam
lhe dado. Queria se jogar, se atirar, agir impulsivamente também.
Mas repentinamente um calor invadia sua alma e ela se via inerte,
contraditoriamente o calor a congelava.
Um aperto apoderava de seu coração. Seu ar parecia sumir e ela
se sentia sufocada. Suas mãos suavam frio e ela temia
que aquele sofrimento perdurasse por todo sempre.
E por temer seu coração disparava e uma lágrima dolorosa caía de seus olhos,
percorrendo seu rosto inocente, todavia já marcado em pequenos detalhes
de sua expressão pela dor que sentia.
Ninguém a entendia quando se calava, mas a cicatriz em suas entranhas
estava lá. E como doía.
Alguns, como muitos que só veem a superfície das pessoas, a olhavam
admirados, perplexos com sua beleza e doçura envolvente.
Sua casca sorria docemente, e ela sutilmente enganava a todos.
Já sabia fazer bem aquela arte no teatro de sua vida.
Queria, outrossim, se enganar. Mas não conseguia.
Por dentro um amargo gosto a consumia.
E o pior, ela sabia a razão.
Todavia não tinha forças para combatê-la.

"-Talvez amanhã!" - pensava, deitada com a cabeça em seu travesseiro.
"-Quem sabe amanhã eu conseguirei sorrir sem peso de ser só por aparência." ...
"-Talvez amanhã essa dor diminua e eu encontre a resposta que há tanto espero."
E adormecia, após chorar solitariamente no
escuro de seu quarto.
E adormecida alimentava esperança e se via livre, entrando em seu mundo perfeito onde ninguém podia perturbá-la.





Abraços aos leitores,
WLucas.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Coração humano, coração divino...

Gosto da frase de Lispector que diz: "Sou um coração batendo no mundo."
É assim que sou... “um coração batendo no mundo”.
Um coração cheio de sonhos e que luta por tornar esses sonhos realidade.
Um coração que insiste nas assimetrias do amor, e que por vezes só quer bater descompassado.
Um coração por vezes frágil, por outras forte.
Um coração machucado, ferido, irracional, impulsivo, todavia sábio por perseverar no constante aprendizado.
Um coração cheio de medos, mas repleto de alegrias.

Um coração cheio de coragem, porém limitado e silencioso.

Um coração convicto, mas cheio de dúvidas.

Um coração cheio de mistérios, segredos.
Um coração decifrável e claro.
Um coração que pode facilmente ser perscrutado e que traz em suas entranhas um nobre sentimento que por vezes é abafado, subentendido.

Um coração amigo, um coração profundo. Um coração que necessita de amor.
Um coração covarde, temeroso, mas que se lança muitas vezes, por fé,
no invisível, porque a fé nos encoraja remetendo-nos à posse daquilo que ainda não temos.

Um coração talvez imaturo, inconseqüente.

Um coração talvez convicto, prudente.

Um coração anaforicamente* cheio de contradições.

Enfim, um coração vivo, que bate no mundo.

Mas não sou e nem posso ser um coração que bate em vão
.
Sou um coração que bate com a certeza do grande milagre da vida que acontece em mim
e
que é grato a Deus por tudo que já chegou e também por aquilo que ainda vai chegar.
Sei reconhecer, nesse meu coração tão humano, a ação de Deus que nele habita e o torna tão divino.

Esse coração que sendo humano e imperfeito por vezes bate comprimido, apertado, angustiado enquanto aguarda as demoras do Senhor que no tempo certo me trará a verdade.

Esse coração que sendo templo de Deus, lugar intocável, mesmo ferido pela imperfeita humanidade, sabe esperar e se torna inabalável.

Esse coração tão humano que aprendeu a ser forte ao ser transpassado pelas realidades da vida e aprendeu a acreditar que mesmo em meio a noites frias, longas e angustiantes há a certeza de um amanhecer. E que acredita em um sol que surgirá e o iluminará com uma luz intensa, rompendo a treva que o assombra ao fazer surgir um lindo alvorecer.

E aprendendo isso encontrou a possibilidade de ser um coração que bate mais forte e que bate com sentido nesse mundo.
Sou limitado. Pequeno. Imperfeito.
Mas em crescimento. Em constante transformação.
Sou um coração que sabe reconhecer o dom da vida e valorizá-la.
Que vê a presença de Deus em tudo e que intensamente busca
vivenciar as oportunidades por Ele concedidas, permitidas.


Meu coração é grato ao Senhor, que apesar de eu ser tão arredio e inconstante, acredita em mim e continua me amando com minhas imperfeições e erros.
Ele que me ama por aquilo que ainda não sou.

Ele que me ama por acreditar naquilo que ainda posso ser.

Ele que me enche de amor e que faz desse coração tão pequeno, um coração tão sublime.

Ele que apesar de eu ser tão humano e imperfeito,
não me julga severamente.
Ele que me sustenta. Fortalece-me. Dá-me a vida.

E me faz ser esse coração batendo no mundo
.

"Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti". (Santo Agostinho).


Ao meu eterno Deus, a minha eterna gratidão.



Abraços,
WLucas.



*Anáfora: figura de linguagem que consiste na repetição da mesma palavra ou grupo de palavras no princípio de frases ou versos consecutivos. É o que aconteceu nesse texto.


domingo, 12 de setembro de 2010

Minha melhor ficção de amor...


Com coração apertado e ansioso te esperava.
E você veio.
Estranha era a sensação de te ter tão perto.
Pessoas passavam naquela movimentada estação.
E era como se fôssemos só você e eu.
O mundo continuava e você estava ali, melhor que na minha imaginação.
Era como um sonho e difícil era acreditar.
O que ontem era impossível e abstrato tornara-se concreto, e você estava ali.
Meus olhos incomodados descansaram em ti e antes tão ofuscados agora brilhavam ante a personificação do que anteriormente só existia em meu submundo, meus sonhos.
Meu corpo trêmulo não sabia como reagir frente aquela situação inédita e extremamente envolvente.
Eu que trazia no recôndito de meu ser sonhos e desejos sinceros, me via agora querendo por alguns segundos correr, fugir do que era a prioridade dos meus sonhos nos últimos dias.
Fugir daquele ar tão puro, diferente do que eu estava acostumado.
Mas queria fugir por embaraço, tolice, medo do inacreditável que se materializava frente a mim. Todas as palavras tolamente ensaiadas se esvaíram.
Seus olhos encontraram os meus e em um elo invisível que nos ligava era como se nunca tivéssemos vivido distantes.
Minhas mãos suavam, trêmulas, procurando desajeitadas a melhor posição que não deveria ser escondida em meu bolso.
Eu queria transparecer segurança, mas meus pés tremiam.
Meu corpo inerte se controlava para não reagir estupefatamente.
Queria não transparecer ser tão bobo, mas ver você tão perto despertava algo diferente em mim. Misto de sentimento sublime com confusão temerosa em deixar aquele momento inexplicável passar em vão.
Não queria ser mudo, mas assim estava.
Não queria ser expansivo mas desejava romper nosso profundo silêncio.
E sempre cheio de contradição que era (e tão em contradição era minha vida e desejo frente ao confronto da razão e coração) apesar de temer e tremer, enchia-me de vontade de te encher com todo amor que havia guardado só pra ti.
Queria enfim e logo te tocar, dizer, envolver, calar de maneira cinematográfica.
Admirávamo-nos diante daqueles que passavam apressados e não tinham sensibilidade para apreciar aquela cena cheia de sentimento puro.
Admirávamo-nos frente aqueles ligeiros segundos que pareciam a eternidade, e eu apenas te olhava, calado, contemplando sem acreditar.
Foi quando um sorriso leve e sutilmente radiante surgiu em seus lábios.
Primeiro sorriso suave, com o canto da boca, que logo tornou-se estonteante e bobo, enchendo seu rosto lindo, seus traços desenhados, sua forte expressão.
Sua sobrancelha se levantou como que se respondesse ao meu olhar que te fitava intensamente.
Senti-me constrangido, misto ímpeto alegre ao me recordar do seu estranho dom de ler meus pensamentos.
Eu sabia que você me conhecia.
E eu também sabia da sua indagação.
Abaixei minha cabeça, você respirou fundo.
Segurou firmemente minhas mãos, levantou meu rosto com carinho e meus olhos se voltaram para ti novamente.
Eu trepidava.
De repente você se aproximou lentamente e eu extasiado senti o calor de seu corpo.
Minha mão, num impulso de coragem e decisão de quem esperou e aprendeu com isso, segurou sua nuca e trouxe você pra perto. Trouxe seus lábios que há muito desejava, para junto dos meus.
E ali concretizou-se um dos meus melhores sonhos, que ficará para sempre em minha memória "tão congestionada e cheia de poços", em um lugar especial...

Esse foi um dos sonhos mais reais que já tive.
Abraços!
WLucas .

sábado, 11 de setembro de 2010

Almejado equilíbrio



     Chega um tempo em que precisamos analisar nossa vida com uma ótica de fora de nós mesmos e tentarmos ver quais tem sido nossas atitudes e se realmente tem valido a pena tudo que estamos passando, todas as consequências de nossas escolhas, de nossos atos.
     Há em nós um constante vazio que insistentemente buscamos preencher. Não que sejamos egoístas e que queiramos ver completo o que há em nós. Mas é necessidade humana, fisiológica, espiritual, emocional...
     Estamos em constante busca, na tentativa de encontrarmos tempos de ventura, paz, amor, felicidade. Contudo, precisamos discernir se aquilo que buscamos é realmente válido e se nos fará crescer.
Precisamos sopesar razão e coração na tentativa de encontrar o tão necessário, porém difícil, equilíbrio. Verificarmos nossas atitudes, se nos levam ao progresso, à luz ou se nos deixa sempre mais no escuro, nos levando a lugar nenhum.
      Creio que para encontrar o equilíbrio, precisamos nos permitir mais. Permitir mais e sempre... Permitir-nos errar também, porque somos limitados, humanos. E erros devem ser para nós não um motivo de culpa que nos aprisiona em nós mesmos e nos fazem ficar remoendo a nossa existência, mas sim uma força motriz embasada no arrependimento que nos lança, nos impulsiona a partir em busca dos acertos.
     Se precisamos aprender, que vivamos intensamente então, porque se nos privarmos doentiamente, sempre com medo de nos machucar, ficaremos (talvez) ilesos, "seguros". Mas também perderemos oportunidades de viver bons momentos desviando-nos da oportunidade de felicidade ao nos desviar do sofrimento. Se erramos, precisamos aprender que erros podem ser fontes de virtudes, porque a partir deles buscamos caminhos retos, a resposta certa. Só verdadeiramente acerta na vida, quem se permitiu errar e aprendeu com isso.
     Permita-se! Viva...

[Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade, tudo está perdido mas existem possibilidades... - Renato Russo].

Abraços,
WLucas.


domingo, 5 de setembro de 2010

Uma das cartas que eu não mando..



As pessoas entram em nossas vidas na medida que nós permitimos que elas entrem. E eu não tive receios em me abrir a você, para que entrasse e fizesse parte de mim.
Podes julgar que tenha agido por impulso e sem medir as consequências, mas agi com o coração e quem poderá explicar as coisas feitas pelo coração?
Confesso que realmente meu erro foi não tentar o equilíbrio. Encantei-me e no ápice de um sentimento bom quis ser mais coração... Havia me cansado da voz da razão que sempre imperara em minha vida.
Quis deixar a voz do coração dizer sem aplicar-lhe uma boa dose de racionalidade. Não mensurei as circunstâncias, a realidade... Talvez tenha feito isso na esperança de que a reciprocidade encaixasse nossa situação, e a nossa vontade superasse a realidade. E dói notar que isso foi apenas mais uma de minhas utopias. Não que não houvesse possibilidade de um hercúleo despendimento de esforços para tornar real o que planejamos. Mas tornamo-nos mais racionais e frente à realidade, optamos por calar um pouco a voz do coração.
Percebo, em tempo viável, que esqueci de ver muitas coisas, de pensar em muitas coisas, porque minha vida havia se voltado pra você. Mas hoje estou buscando a fonte das virtudes, o aprendizado na vida. Tento te esquecer, mas sempre que tento penso mais em nós e nas possibilidades. Ainda dói pensar nas inúmeras coisas que poderíamos fazer juntos. Nos sonhos, planos que não se concretizarão...
"Não podemos truncar o caminho um do outro." É... irônico esse destino. Devemos trabalhar com fatos, certo? É fato a nossa distância. Mas fato maior foi o meu sentimento por você. E nessas horas, a gente que só aprende na vida vivendo, eu vejo que não há nada a fazer... E o discurso que repercute em minha cabeça é o de que só o tempo e só o tempo pode solucionar todo mistério que envolve misticamente essa situação!
Você, com nossa base amizade, me entendeu demasiadamente. Bom seria se tivesse me entendido inteiramente. Conhecimento contínuo e prolongado, desse que aumenta gradualmente conforme a convivência. Seria ótimo ter você perto, conviver contigo, compartilhar contigo, ser teu e te ter pra mim. E seria ótimo te entender também. Sinto que há segredos, mistérios em você que eu não teria medo de conhecer. Pelo contrário! Gostaria de perceber, descobrir, lutar contigo em consonância com tua necessidade.
Queria satisfazer seus sonhos e consumar nossos desejos. Queria romper os grilhões da escravidão e ser livre ao seu lado. Queria sentir o calor da tua pele, o sabor de teus lábios, tua força, tua sensibilidade, tua respiração, teu suor, teu fogo, tua vida em minha vida. Queria sentir seu corpo e o pulsar do seu coração acelerado. Estamos presos às circunstâncias... e todo pretérito imperfeito me assombra, disfarçando a realidade.
E ao presente me remeto: Hoje quero pensar na possibilidade de ter você, e enganar a dor. Mas tudo me é limitado... tudo me é impossibilitado. Depois de nossas conversas racionais, eu frustrantemente tentei ensinar meu coração a te esquecer. Entretanto percebi que meu coração é ignorante. Não aprende o que eu quero!
Mudei a música, troquei a roupa, apaguei a fotografia... E ainda assim uma palavra ouvida, uma cor vista, um cheiro, um olhar distante me trouxeram você de novo... Pensei que poderíamos nos encontrar então, nos permitir e viver algo intenso, nem que seja pra ter um fim como clássicos ‘shakespereanos’... -.-" Mas logo minha razão diz que isso é besteira, bobagem que apenas me frustrará.
Sei, racionalmente, que deveria te esquecer... e mesmo assim confesso (mais uma dessas confissões insanas que saem do coração, sem filtro racional e eu deixo sair...) que eu ainda quero você inteiramente. Na medida certa. Com tudo que és. Com todo seu jeito, modo, qualidades. Você, subjetivamente perfeita. Queria tua essência, tua humanidade, teus defeitos. Queria você, na sua imperfeição, mas perfeita pra mim. Meu erro é ser distante. É estar distante. Mas o tempo trará o acerto. E eu sei esperar.

Abraço apertado,
WLucas...


sábado, 4 de setembro de 2010

Caminhos e descobertas: só o amor liberta...

Gosto de companhia.
Todavia gosto de não pensar em amores frustrantes.
Gosto de lograr êxito momentâneo na tentativa de
mudar
o foco doloroso na vida.

É quando permitimos descanso e paz ao nosso coração
e percebemos que só o tempo age com efeito cicatrizante,
ao "desfocar" o que provoca dor.

É quando sentimos que
vivemos melhor e podemos até 'respirar'... (e isso é um progresso!).
Percebi
que é necessário não precisar de alguém para ser feliz.
Amar e tornarmos felizes por causa do outro.

Devemos nos amar e sermos felizes por nós mesmos.
Brilharmos com naturalidade, deixando sair a luz que há em nós.

Assim atraímos quem gosta de nossa autenticidade.

Percebi
que não devemos nos maquiar para conquistar confiança
ou atenção de outrem simplesmente porque queremos.
Esse caminho é perigoso e pode ser fatal.
Devemos nos valorizar mais e estarmos bem conosco,

afinal somos os únicos que estamos sempre “juntos”
de nós mesmos
pela vida inteira, enfrentando
todas as situações e embaraços de viver.
Descobri
que muitos veem apenas a nossa superficialidade.
Conhecer-nos com profundidade é difícil,
mas se permitir
tentar pode ser uma experiência
encantadoramente envolvente.
Descobri
também que precisamos não ter o peso de existir
e deixar estar, sempre!

Crucialmente temos que ser
essência, destarte atraímos os
amantes
da verdadeira luz que há em nós...
Daí sentimo-nos livres e não mais dependentes, presos, frustrados e cheios de receios...
Com o tempo você se torna mais leve sendo essência
e
não máscara coercitiva que a vida lhe coloca na cara...

É melhor ser você, livre e feliz, independente da opinião alheia.

Talvez seja julgado ou apontado pelos que não se
permitem
na vida e vilmente desfazem de sua audácia
pela busca da bonança.
Melhor ser assim do que ser casca aplaudida, mas infeliz.

Sinto-me hoje em constante aprendizado,
sem pedir
permissões para ser livre.
Naturalmente sou,
e bom é descobrir isso em tempo viável.
Sou assim, convicto e responsável nas minhas atitudes,

mas amante da vida e de suas oportunidades.

Sinto-me solto dançando a melodia da vida.

Sem peso, sem medo, sem privações doentias,
bucando sempre ser mais feliz...
Percebi
enfim, com as experiências, que é preciso amizade na vida.
Vida que embora efêmera e fugaz, torna-se intensa e
compensadora
quando temos uma família que
podemos escolher ao nosso lado.
Hoje também sou assim: coração leve e grato por ter amigos.

Amigos que embora poucos, me enchem de alegria, força e esperança.

Aos meus amigos um “Muito obrigado!” e um alerta:

seja quem você é!
Deus te ama incondicionalmente... (isso importa).
E amigos de verdade não colocam condições para ter sua amizade.

Nada importa, além da tua vida...
além da tua felicidade plena.

Afinal, como diz Lispector, a vida não é de se brincar,

porque um belo dia se morre.

WLucas! ^^


Prazer, sou Wagner Lucas,

WLucas
...

(Que a benção do Autor da Vida esteja sobre nós!).