terça-feira, 28 de setembro de 2010

O teu silêncio que perturba o meu ..

 
Foi tão intenso o que senti por você que meus sonhos pareciam reais. Recordo-me de uma frase que escrevi numa das várias cartas que jamais serão enviadas e que ficaram perdidas no passado: "Você mora em meus sonhos agora e eu te quero de maneira real, pra sempre!".                  
      Como era bom sonhar contigo e acreditar na possibilidade de te ter um dia ao meu lado. Esse sonho me alimentava. E me fazia bem. Mas esquecendo-me de tentar equilibrar toda minha situação, todo sentimento que foi avassaladoramente tomando conta do meu ser, eu idealizei cenas de um filme de amor que não será lançado. E eu ainda acreditava em reedições, reprises, e até um making-of. Não obstante, tudo foi apenas um curta-metragem que ficou apenas em minha memória congestionadamente profunda e saudosa. 
     Eu te recriei em meus pensamentos e podia ali consumar todo desejo que minh'alma tinha da sua presença. Mas hoje tudo é vazio em mim e não consigo idealizar mais o plural. O que poderia sermos nós, hoje sou só eu tentando reconstruir todos os prédios que silenciosamente desabaram nas ruas do meu coração. Eu quis de volta a minha paz que você havia levado. E posteriormente quis o silêncio, pois sua voz ressoava cada vez mais forte em minha memória. Mas hoje é o teu silêncio que perturba o meu silêncio.
     Tudo se foi... como água corrente que tentei pegar com uma mão, nosso caso se esvaiu e não fui capaz de controlar. Nossas promessas se perderam, dispersas e não cumpridas, deixaram dor e vazio dentro do meu coração.
     Não consigo transmitir em palavras a intensidade dos sentimentos que carrego no peito. Tentei não transparecer, mas você era essencialmente especial em minha vida. Não consigo mensurar o meu sentimento por ti. Quando tento dizer, as palavras se perdem na imensidão do que há entranhado em minh'alma. Se perdem no infinito particular do meu coração. E saem dispersas, parecendo não ter nenhuma ligação. Perdem o sentido real e a intensidade com os quais habitam dentro de mim. Em meu coração se mostram com cores vibrantes, luminosas. Mas quando tento transmitir se submergem numa escala cinza e perdem todo brilho, saindo sem as cores originais que visceralmente habitam meu ser.
     Podes não compreender tudo que digo. Não quero cobrar seu entendimento. Não deveria nem escrever isto. Mas não posso me submergir nesse sentimento tão profundo que insistentemente ainda reside no âmago de meu ser. Algo que para mim foi concreto, mesmo em sua abstratividade. Preciso hoje escrever essa simples e pobre construção literária que tenta transmitir tolamente as verdades profundas de meu coração. Essas dispersas palavras que tentam formar frases que por si trazem em suas entrelinhas dor, saudade e uma nobre virtude que me faz viver. Fazê-lo-ei para tentar esquecer. Quero que saibas que estou bem. E desejo que também estejas.


Abraços,
WLucas.

ofunda e saudosa. 

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Quando a alma clama mudança ..

       Os dias passavam e estranhamente uma esperança de que algo aconteceria permanecia. Esperava uma mudança em sua vida. Seu coração se enchia diante das expectativas de algo melhor para si. Há muito esperava por uma nova oportunidade. Mas tinha medo da nova sensação que lhe invadia. Não queria ser inconsequente. Sabia enfim do que trazia dentro de si. E começava a aprender a rir de si mesmo e a dramatizar menos. Por vezes se repreendia ao julgar ser insanidade sentimental em um mundo tão racional.       
       Descobriu após relutar, se machucar e tentar fugir, que aquilo que sentia era puro e sincero. Não obstante, tinha medo de senti-lo. Se machucava ao perceber os sinais que insistiam em lhe enfrentar. Seu coração tolo teimava em bater comprimido. A insegurança lhe invadia. Sabia sonhar e sofria por ser incapaz  de transformar sonhos tão belos em uma realidade ainda melhor.
       Contudo, como sempre contara em sua vida com uma intuição que lhe movia, acreditava que podia  mudar e prosseguia. Sem olhar para trás, sonhava com tempos de paz. Sonhava com o impossível. Queria arriscar, agir por impulso conforme seu coração pedia tanto. Mas devia ter calma... Essa calma necessária na teoria. Mas como explicar isso na prática ao seu estúpido coração? Sentia momentaneamente um ódio de si por não ter o controle de seus sentimentos. Sabia que tinha que equilibrar, mas não conseguia. Sentia claramente em si uma tolice por querer controlar o incontrolável em suas entranhas. Era uma tentativa frustrante.
       Sentia uma limitação em si, como a de uma inocente criança olhando fixamente para o céu, através da janela de sua casa, tentando parar a tempestade que avassaladoramente caía lá fora. Queria parar a chuva para poder brincar lá fora. Tinha medo de sair e se molhar. Criança que já se via inconstante dentro de sua casa, limitada em seus atos para não quebrar as coisas que ali haviam de maneira tão organizada. Não brincava em liberdade total para não quebrar a antiga moldura de cristal. Dentro de casa, olhando para a chuva que caía, em segurança estava. Mas absolutamente seca e infeliz se encontrava. Queria então sair, mas com temor permanecia inerte frente a chuva lá fora, cheia do medo que aprisionava. Como era frustrante àquela criança querer ainda cessar a chuva que não iria parar simplesmente porque ela almejava.
       Assim se sentia, como essa criança que metaforicamente ilustrava a história de sua vida. Mas eis que vivendo a vida, pode perceber a libertação dessa criança, que também fizera uma óbvia e sensacional descoberta partindo de uma esperança que intrinsecamente lhe acompanhava no recôndito de seu ser. Conseguira enfim enxergar que não precisava controlar a tempestade e nem tinha necessidade de privar-se e permanecer intocável na segurança de casa. Fizera a emocionante descoberta de viver no incontrolável.          
       Podia se aventurar livremente na chuva e descobrir a emocionante experiência de deixar seus pés empoeirados pular nas poças...
Podia e deveria se arriscar se quisesse ser feliz. E fazê-lo sem se preocupar com as roupas molhadas que literalmente o tempo cuidava de secar. A chuva não caía só sobre si. Feliz por perceber e administrar isso podia enfim continuar. Assim, livre de todas as amarras que carregara há tempos, reparava em si
a felicidade solta. E suspirando profundamente via através das janelas de sua casa que deixara
pra trás os vasos, vidraças e a antiga moldura de cristal que ainda estavam lá em segurança, todavia inertes. E como adorava agora o risco de estar em movimento! Molhado, ensopado, encharcado talvez. Entretanto movimentando-se, aprendendo e crescendo com as tempestades e poças d'água da vida.
"C'est la vie..."

Forte abraço,
WLucas.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Estória de uma dor infinda ..

A menina solitária sofria calada.
Enquanto o mundo girava e o tempo passava, com uma dor silenciosa
que consumia seu peito ela sorria para enganar o sofrimento.
Ela que julgava gozar de liberdade agora se via presa a uma dúvida.
Não sabia agir prudentemente. Não conseguia agir conforme seu coração pedia.
E sofria com toda aquela situação que angustiava seu inocente coração.
E quando ela por minutos não conseguia disfarçar a dor e seus olhos, os espelhos
de sua alma tão fragilizada demonstravam que ela não estava bem,
todos indagavam e apontavam a ausência de motivos para
ela se entristecer. Ela assentia com um sorriso, tentando demonstrar que todos
tinham razão, menos ela. E assim aguentava a dor calada.
Em seu interior lágrimas de sangue eram derramadas.
Sentia um súbito frio e engolia seco seu pranto por não saber quem era.
Segurava sua dor visceral para não transparecer egoísta ou dramática.
Não queria atenção para si. Queria sumir daquele lugar.
Queria ser esquecida. Queria fugir daquela imagem e formato que haviam
lhe dado. Queria se jogar, se atirar, agir impulsivamente também.
Mas repentinamente um calor invadia sua alma e ela se via inerte,
contraditoriamente o calor a congelava.
Um aperto apoderava de seu coração. Seu ar parecia sumir e ela
se sentia sufocada. Suas mãos suavam frio e ela temia
que aquele sofrimento perdurasse por todo sempre.
E por temer seu coração disparava e uma lágrima dolorosa caía de seus olhos,
percorrendo seu rosto inocente, todavia já marcado em pequenos detalhes
de sua expressão pela dor que sentia.
Ninguém a entendia quando se calava, mas a cicatriz em suas entranhas
estava lá. E como doía.
Alguns, como muitos que só veem a superfície das pessoas, a olhavam
admirados, perplexos com sua beleza e doçura envolvente.
Sua casca sorria docemente, e ela sutilmente enganava a todos.
Já sabia fazer bem aquela arte no teatro de sua vida.
Queria, outrossim, se enganar. Mas não conseguia.
Por dentro um amargo gosto a consumia.
E o pior, ela sabia a razão.
Todavia não tinha forças para combatê-la.

"-Talvez amanhã!" - pensava, deitada com a cabeça em seu travesseiro.
"-Quem sabe amanhã eu conseguirei sorrir sem peso de ser só por aparência." ...
"-Talvez amanhã essa dor diminua e eu encontre a resposta que há tanto espero."
E adormecia, após chorar solitariamente no
escuro de seu quarto.
E adormecida alimentava esperança e se via livre, entrando em seu mundo perfeito onde ninguém podia perturbá-la.





Abraços aos leitores,
WLucas.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Coração humano, coração divino...

Gosto da frase de Lispector que diz: "Sou um coração batendo no mundo."
É assim que sou... “um coração batendo no mundo”.
Um coração cheio de sonhos e que luta por tornar esses sonhos realidade.
Um coração que insiste nas assimetrias do amor, e que por vezes só quer bater descompassado.
Um coração por vezes frágil, por outras forte.
Um coração machucado, ferido, irracional, impulsivo, todavia sábio por perseverar no constante aprendizado.
Um coração cheio de medos, mas repleto de alegrias.

Um coração cheio de coragem, porém limitado e silencioso.

Um coração convicto, mas cheio de dúvidas.

Um coração cheio de mistérios, segredos.
Um coração decifrável e claro.
Um coração que pode facilmente ser perscrutado e que traz em suas entranhas um nobre sentimento que por vezes é abafado, subentendido.

Um coração amigo, um coração profundo. Um coração que necessita de amor.
Um coração covarde, temeroso, mas que se lança muitas vezes, por fé,
no invisível, porque a fé nos encoraja remetendo-nos à posse daquilo que ainda não temos.

Um coração talvez imaturo, inconseqüente.

Um coração talvez convicto, prudente.

Um coração anaforicamente* cheio de contradições.

Enfim, um coração vivo, que bate no mundo.

Mas não sou e nem posso ser um coração que bate em vão
.
Sou um coração que bate com a certeza do grande milagre da vida que acontece em mim
e
que é grato a Deus por tudo que já chegou e também por aquilo que ainda vai chegar.
Sei reconhecer, nesse meu coração tão humano, a ação de Deus que nele habita e o torna tão divino.

Esse coração que sendo humano e imperfeito por vezes bate comprimido, apertado, angustiado enquanto aguarda as demoras do Senhor que no tempo certo me trará a verdade.

Esse coração que sendo templo de Deus, lugar intocável, mesmo ferido pela imperfeita humanidade, sabe esperar e se torna inabalável.

Esse coração tão humano que aprendeu a ser forte ao ser transpassado pelas realidades da vida e aprendeu a acreditar que mesmo em meio a noites frias, longas e angustiantes há a certeza de um amanhecer. E que acredita em um sol que surgirá e o iluminará com uma luz intensa, rompendo a treva que o assombra ao fazer surgir um lindo alvorecer.

E aprendendo isso encontrou a possibilidade de ser um coração que bate mais forte e que bate com sentido nesse mundo.
Sou limitado. Pequeno. Imperfeito.
Mas em crescimento. Em constante transformação.
Sou um coração que sabe reconhecer o dom da vida e valorizá-la.
Que vê a presença de Deus em tudo e que intensamente busca
vivenciar as oportunidades por Ele concedidas, permitidas.


Meu coração é grato ao Senhor, que apesar de eu ser tão arredio e inconstante, acredita em mim e continua me amando com minhas imperfeições e erros.
Ele que me ama por aquilo que ainda não sou.

Ele que me ama por acreditar naquilo que ainda posso ser.

Ele que me enche de amor e que faz desse coração tão pequeno, um coração tão sublime.

Ele que apesar de eu ser tão humano e imperfeito,
não me julga severamente.
Ele que me sustenta. Fortalece-me. Dá-me a vida.

E me faz ser esse coração batendo no mundo
.

"Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti". (Santo Agostinho).


Ao meu eterno Deus, a minha eterna gratidão.



Abraços,
WLucas.



*Anáfora: figura de linguagem que consiste na repetição da mesma palavra ou grupo de palavras no princípio de frases ou versos consecutivos. É o que aconteceu nesse texto.


domingo, 12 de setembro de 2010

Minha melhor ficção de amor...


Com coração apertado e ansioso te esperava.
E você veio.
Estranha era a sensação de te ter tão perto.
Pessoas passavam naquela movimentada estação.
E era como se fôssemos só você e eu.
O mundo continuava e você estava ali, melhor que na minha imaginação.
Era como um sonho e difícil era acreditar.
O que ontem era impossível e abstrato tornara-se concreto, e você estava ali.
Meus olhos incomodados descansaram em ti e antes tão ofuscados agora brilhavam ante a personificação do que anteriormente só existia em meu submundo, meus sonhos.
Meu corpo trêmulo não sabia como reagir frente aquela situação inédita e extremamente envolvente.
Eu que trazia no recôndito de meu ser sonhos e desejos sinceros, me via agora querendo por alguns segundos correr, fugir do que era a prioridade dos meus sonhos nos últimos dias.
Fugir daquele ar tão puro, diferente do que eu estava acostumado.
Mas queria fugir por embaraço, tolice, medo do inacreditável que se materializava frente a mim. Todas as palavras tolamente ensaiadas se esvaíram.
Seus olhos encontraram os meus e em um elo invisível que nos ligava era como se nunca tivéssemos vivido distantes.
Minhas mãos suavam, trêmulas, procurando desajeitadas a melhor posição que não deveria ser escondida em meu bolso.
Eu queria transparecer segurança, mas meus pés tremiam.
Meu corpo inerte se controlava para não reagir estupefatamente.
Queria não transparecer ser tão bobo, mas ver você tão perto despertava algo diferente em mim. Misto de sentimento sublime com confusão temerosa em deixar aquele momento inexplicável passar em vão.
Não queria ser mudo, mas assim estava.
Não queria ser expansivo mas desejava romper nosso profundo silêncio.
E sempre cheio de contradição que era (e tão em contradição era minha vida e desejo frente ao confronto da razão e coração) apesar de temer e tremer, enchia-me de vontade de te encher com todo amor que havia guardado só pra ti.
Queria enfim e logo te tocar, dizer, envolver, calar de maneira cinematográfica.
Admirávamo-nos diante daqueles que passavam apressados e não tinham sensibilidade para apreciar aquela cena cheia de sentimento puro.
Admirávamo-nos frente aqueles ligeiros segundos que pareciam a eternidade, e eu apenas te olhava, calado, contemplando sem acreditar.
Foi quando um sorriso leve e sutilmente radiante surgiu em seus lábios.
Primeiro sorriso suave, com o canto da boca, que logo tornou-se estonteante e bobo, enchendo seu rosto lindo, seus traços desenhados, sua forte expressão.
Sua sobrancelha se levantou como que se respondesse ao meu olhar que te fitava intensamente.
Senti-me constrangido, misto ímpeto alegre ao me recordar do seu estranho dom de ler meus pensamentos.
Eu sabia que você me conhecia.
E eu também sabia da sua indagação.
Abaixei minha cabeça, você respirou fundo.
Segurou firmemente minhas mãos, levantou meu rosto com carinho e meus olhos se voltaram para ti novamente.
Eu trepidava.
De repente você se aproximou lentamente e eu extasiado senti o calor de seu corpo.
Minha mão, num impulso de coragem e decisão de quem esperou e aprendeu com isso, segurou sua nuca e trouxe você pra perto. Trouxe seus lábios que há muito desejava, para junto dos meus.
E ali concretizou-se um dos meus melhores sonhos, que ficará para sempre em minha memória "tão congestionada e cheia de poços", em um lugar especial...

Esse foi um dos sonhos mais reais que já tive.
Abraços!
WLucas .

sábado, 11 de setembro de 2010

Almejado equilíbrio



     Chega um tempo em que precisamos analisar nossa vida com uma ótica de fora de nós mesmos e tentarmos ver quais tem sido nossas atitudes e se realmente tem valido a pena tudo que estamos passando, todas as consequências de nossas escolhas, de nossos atos.
     Há em nós um constante vazio que insistentemente buscamos preencher. Não que sejamos egoístas e que queiramos ver completo o que há em nós. Mas é necessidade humana, fisiológica, espiritual, emocional...
     Estamos em constante busca, na tentativa de encontrarmos tempos de ventura, paz, amor, felicidade. Contudo, precisamos discernir se aquilo que buscamos é realmente válido e se nos fará crescer.
Precisamos sopesar razão e coração na tentativa de encontrar o tão necessário, porém difícil, equilíbrio. Verificarmos nossas atitudes, se nos levam ao progresso, à luz ou se nos deixa sempre mais no escuro, nos levando a lugar nenhum.
      Creio que para encontrar o equilíbrio, precisamos nos permitir mais. Permitir mais e sempre... Permitir-nos errar também, porque somos limitados, humanos. E erros devem ser para nós não um motivo de culpa que nos aprisiona em nós mesmos e nos fazem ficar remoendo a nossa existência, mas sim uma força motriz embasada no arrependimento que nos lança, nos impulsiona a partir em busca dos acertos.
     Se precisamos aprender, que vivamos intensamente então, porque se nos privarmos doentiamente, sempre com medo de nos machucar, ficaremos (talvez) ilesos, "seguros". Mas também perderemos oportunidades de viver bons momentos desviando-nos da oportunidade de felicidade ao nos desviar do sofrimento. Se erramos, precisamos aprender que erros podem ser fontes de virtudes, porque a partir deles buscamos caminhos retos, a resposta certa. Só verdadeiramente acerta na vida, quem se permitiu errar e aprendeu com isso.
     Permita-se! Viva...

[Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade, tudo está perdido mas existem possibilidades... - Renato Russo].

Abraços,
WLucas.


domingo, 5 de setembro de 2010

Uma das cartas que eu não mando..



As pessoas entram em nossas vidas na medida que nós permitimos que elas entrem. E eu não tive receios em me abrir a você, para que entrasse e fizesse parte de mim.
Podes julgar que tenha agido por impulso e sem medir as consequências, mas agi com o coração e quem poderá explicar as coisas feitas pelo coração?
Confesso que realmente meu erro foi não tentar o equilíbrio. Encantei-me e no ápice de um sentimento bom quis ser mais coração... Havia me cansado da voz da razão que sempre imperara em minha vida.
Quis deixar a voz do coração dizer sem aplicar-lhe uma boa dose de racionalidade. Não mensurei as circunstâncias, a realidade... Talvez tenha feito isso na esperança de que a reciprocidade encaixasse nossa situação, e a nossa vontade superasse a realidade. E dói notar que isso foi apenas mais uma de minhas utopias. Não que não houvesse possibilidade de um hercúleo despendimento de esforços para tornar real o que planejamos. Mas tornamo-nos mais racionais e frente à realidade, optamos por calar um pouco a voz do coração.
Percebo, em tempo viável, que esqueci de ver muitas coisas, de pensar em muitas coisas, porque minha vida havia se voltado pra você. Mas hoje estou buscando a fonte das virtudes, o aprendizado na vida. Tento te esquecer, mas sempre que tento penso mais em nós e nas possibilidades. Ainda dói pensar nas inúmeras coisas que poderíamos fazer juntos. Nos sonhos, planos que não se concretizarão...
"Não podemos truncar o caminho um do outro." É... irônico esse destino. Devemos trabalhar com fatos, certo? É fato a nossa distância. Mas fato maior foi o meu sentimento por você. E nessas horas, a gente que só aprende na vida vivendo, eu vejo que não há nada a fazer... E o discurso que repercute em minha cabeça é o de que só o tempo e só o tempo pode solucionar todo mistério que envolve misticamente essa situação!
Você, com nossa base amizade, me entendeu demasiadamente. Bom seria se tivesse me entendido inteiramente. Conhecimento contínuo e prolongado, desse que aumenta gradualmente conforme a convivência. Seria ótimo ter você perto, conviver contigo, compartilhar contigo, ser teu e te ter pra mim. E seria ótimo te entender também. Sinto que há segredos, mistérios em você que eu não teria medo de conhecer. Pelo contrário! Gostaria de perceber, descobrir, lutar contigo em consonância com tua necessidade.
Queria satisfazer seus sonhos e consumar nossos desejos. Queria romper os grilhões da escravidão e ser livre ao seu lado. Queria sentir o calor da tua pele, o sabor de teus lábios, tua força, tua sensibilidade, tua respiração, teu suor, teu fogo, tua vida em minha vida. Queria sentir seu corpo e o pulsar do seu coração acelerado. Estamos presos às circunstâncias... e todo pretérito imperfeito me assombra, disfarçando a realidade.
E ao presente me remeto: Hoje quero pensar na possibilidade de ter você, e enganar a dor. Mas tudo me é limitado... tudo me é impossibilitado. Depois de nossas conversas racionais, eu frustrantemente tentei ensinar meu coração a te esquecer. Entretanto percebi que meu coração é ignorante. Não aprende o que eu quero!
Mudei a música, troquei a roupa, apaguei a fotografia... E ainda assim uma palavra ouvida, uma cor vista, um cheiro, um olhar distante me trouxeram você de novo... Pensei que poderíamos nos encontrar então, nos permitir e viver algo intenso, nem que seja pra ter um fim como clássicos ‘shakespereanos’... -.-" Mas logo minha razão diz que isso é besteira, bobagem que apenas me frustrará.
Sei, racionalmente, que deveria te esquecer... e mesmo assim confesso (mais uma dessas confissões insanas que saem do coração, sem filtro racional e eu deixo sair...) que eu ainda quero você inteiramente. Na medida certa. Com tudo que és. Com todo seu jeito, modo, qualidades. Você, subjetivamente perfeita. Queria tua essência, tua humanidade, teus defeitos. Queria você, na sua imperfeição, mas perfeita pra mim. Meu erro é ser distante. É estar distante. Mas o tempo trará o acerto. E eu sei esperar.

Abraço apertado,
WLucas...


sábado, 4 de setembro de 2010

Caminhos e descobertas: só o amor liberta...

Gosto de companhia.
Todavia gosto de não pensar em amores frustrantes.
Gosto de lograr êxito momentâneo na tentativa de
mudar
o foco doloroso na vida.

É quando permitimos descanso e paz ao nosso coração
e percebemos que só o tempo age com efeito cicatrizante,
ao "desfocar" o que provoca dor.

É quando sentimos que
vivemos melhor e podemos até 'respirar'... (e isso é um progresso!).
Percebi
que é necessário não precisar de alguém para ser feliz.
Amar e tornarmos felizes por causa do outro.

Devemos nos amar e sermos felizes por nós mesmos.
Brilharmos com naturalidade, deixando sair a luz que há em nós.

Assim atraímos quem gosta de nossa autenticidade.

Percebi
que não devemos nos maquiar para conquistar confiança
ou atenção de outrem simplesmente porque queremos.
Esse caminho é perigoso e pode ser fatal.
Devemos nos valorizar mais e estarmos bem conosco,

afinal somos os únicos que estamos sempre “juntos”
de nós mesmos
pela vida inteira, enfrentando
todas as situações e embaraços de viver.
Descobri
que muitos veem apenas a nossa superficialidade.
Conhecer-nos com profundidade é difícil,
mas se permitir
tentar pode ser uma experiência
encantadoramente envolvente.
Descobri
também que precisamos não ter o peso de existir
e deixar estar, sempre!

Crucialmente temos que ser
essência, destarte atraímos os
amantes
da verdadeira luz que há em nós...
Daí sentimo-nos livres e não mais dependentes, presos, frustrados e cheios de receios...
Com o tempo você se torna mais leve sendo essência
e
não máscara coercitiva que a vida lhe coloca na cara...

É melhor ser você, livre e feliz, independente da opinião alheia.

Talvez seja julgado ou apontado pelos que não se
permitem
na vida e vilmente desfazem de sua audácia
pela busca da bonança.
Melhor ser assim do que ser casca aplaudida, mas infeliz.

Sinto-me hoje em constante aprendizado,
sem pedir
permissões para ser livre.
Naturalmente sou,
e bom é descobrir isso em tempo viável.
Sou assim, convicto e responsável nas minhas atitudes,

mas amante da vida e de suas oportunidades.

Sinto-me solto dançando a melodia da vida.

Sem peso, sem medo, sem privações doentias,
bucando sempre ser mais feliz...
Percebi
enfim, com as experiências, que é preciso amizade na vida.
Vida que embora efêmera e fugaz, torna-se intensa e
compensadora
quando temos uma família que
podemos escolher ao nosso lado.
Hoje também sou assim: coração leve e grato por ter amigos.

Amigos que embora poucos, me enchem de alegria, força e esperança.

Aos meus amigos um “Muito obrigado!” e um alerta:

seja quem você é!
Deus te ama incondicionalmente... (isso importa).
E amigos de verdade não colocam condições para ter sua amizade.

Nada importa, além da tua vida...
além da tua felicidade plena.

Afinal, como diz Lispector, a vida não é de se brincar,

porque um belo dia se morre.

WLucas! ^^


Prazer, sou Wagner Lucas,

WLucas
...

(Que a benção do Autor da Vida esteja sobre nós!).